Detran e autoescolas trabalham para melhorar exames práticos de direção
26/06/2015 - 15:40

O Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) está mudando o sistema de distribuição de vagas para o exame prático de direção e, junto com as autoescolas, discute melhorias no projeto que já foi implantado, em fase de testes, em todo o Estado. A partir de 15 de julho, os Centros de Formação de Condutores (CFCs) vão conseguir escolher a data e o período para os testes, o que facilita a organização de agendas e o transporte dos candidatos.

“O pedido foi feito pelos proprietários e donos de autoescolas. A dificuldade era maior para empresas de cidades vizinhas às Ciretrans, com trajeto mais longo para levar o aluno e o veículo aos exames. Conversamos, nos reunimos e acertamos. O Detran está aberto ao diálogo e esta postura só nos traz benefícios. As autoescolas, assim como todos os parceiros externos da autarquia, estão na ponta do atendimento ao público”, destacou o diretor-geral do Detran, Marcos Traad.

A principal mudança no novo modelo é a adoção de um sistema digital que calcula matematicamente o número de vagas para cada CFC e faz a divisão de forma proporcional. Antes, a distribuição de vagas era feita, em média, uma vez por mês, para cada unidade do Detran, informando o número de processo do candidato, o dia e a hora desejada.

Agora, cada autoescola pode fazer o agendamento até as 15 horas do dia útil anterior ao exame. A vaga estará garantida pelo processo, de acordo com a demanda e capacidade da empresa.

O sistema prevê ainda uma cota mínima de exames para cada autoescola e, com isso, acabaram os encaixes de horários.

O Detran dividiu também os dias de abertura de vagas por Ciretran, assim solucionou problemas de acesso ao sistema de habilitação, que ficava sobrecarregado e travava no dia de distribuição dos exames, quando os 900 CFCs do Estado entravam no sistema.

Para a presidente da Associação dos Centros de Formação de Condutores do Estado do Paraná, Olga Catarina Zanoni, a mudança gera expectativas. “Com as novas atualizações é necessário analisar e verificar se vai contemplar tudo aquilo que pedimos. É bom saber que o Detran estará aberto para ajustes conforme nos comunicou”, disse Olga.

DIÁLOGO – Para entender as dificuldades dos CFCs, equipes do Detran visitam empresas e escutam as demandas. O diretor de tecnologia e engenharia, Marcos Aurelio de Araujo Barbosa, explica que a ideia é entender as reivindicações e criar soluções de sistemas e procedimentos que facilitem o dia a dia.

“É uma troca de experiências e, com isso, vamos construindo um cenário mais amplo e condizente com a realidade das autoescolas, do Detran e, principalmente, do usuário. Nossa maior preocupação é com o cidadão, então temos de pensar de forma sistêmica em como melhorar o atendimento para ele”, conta.

Depois de Curitiba e Região Metropolitana, o grupo inicia na quinta-feira (25) visitas às autoescolas do Interior, começando por empresas de Maringá.

Um dos postos pensados pela equipe e aprovado pelos CFCs é a possibilidade de remanejar vagas não utilizadas. “Se o aluno cancelasse ou não comparecesse ao exame, o Detran ficava com o examinador parado, o carro da autoescola ocupando espaço no pátio”, explica o coordenador de gestão da informação do Detran, Rafael Benvenucci.

Segundo ele, o Detran já chegou a ter 7 mil vagas abertas e só 5 mil utilizadas, em um mês. “Estas desistências, que antes não eram resolvidas, prejudicavam a nossa capacidade de atendimento e planejamento”, completa.

EXAMINADORES - O Detran faz, em média, 97,8 mil exames práticos por mês, em todo o Paraná. No ano passado, a autarquia alcançou a marca histórica de 1.172.670 testes aplicados. Para ampliar o atendimento, o Departamento investe na formação e capacitação dos servidores.

Desde 2011, 1.317 funcionários participaram de cursos de capacitação. Só em 2014, foram formados 120 examinadores e vistoriadores e em 2015 um novo curso está aberto para mais 80 servidores.

O Governo do Paraná também investiu nos servidores da autarquia interessados em incluir ou alterar a categoria da Carteira Nacional de Habilitação para trabalhar nas bancas de exames práticos, principalmente para as categorias pesadas, como ônibus e caminhão. Os cursos de direção foram pagos pelo próprio Detran, em um investimento de R$ 950 mil.

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